Achei que me relacionando com uma pessoa que tivesse consciência política estaria livre de coação, chantagem, danos morais e outras violências que acometem as mulheres e crianças de todo mundo. Errei, ao relacionar violência com a ausência de consciência ou de conhecimento.
De acordo com o Art. 5º da Lei nº. 8.069, de 13 de julho de 1990 e Lei nº. 8.242, de 12 de outubro de 1991 – Estatuto da Criança e do Adolescente, nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. Exatamente quem deveria garantir, junto a mim, o cumprimento desse artigo está colocando em risco o desenvolvimento psicológico, físico e cognitivo da nossa filha. Tomando atitudes sem medir os danos que podem causar a própria filha; quando tira a condução colocando a culpa na mãe; quando diz “talvez você saia da natação porque não está vindo pra casa de papai todos os dias” (ela me contou isso chorando e dizendo mamãe é só ir pra lá todos os dias); quando a mãe dele chega a minha porta querendo que eu assine um documento aonde vem escrito que a nossa filha está desvinculada da sua atual escola podendo freqüentá-la até o dia seguinte e principalmente quando diz a pequena que todas essas atitudes estão sendo tomadas em resposta a atitude da sua mãe.
Eu me pergunto, isso é amor? Pra me atingir coloca em risco a estabilidade educacional e emocional de uma criança? Isso pra mim se chama irresponsabilidade. Agora ele está bem de vida, com a mãe cuidando dele, então pode querer a pequena ao lado dele. Amor se mede assim quando se tem estrutura pra amar? Pra mim amor está presente em todas as horas nas alegrias e nas tristezas, prefiro está embaixo de uma ponte com a minha filha ao meu lado do que dentro de um palácio sem ela.
Como eu mãe vou dizer a uma criança de sete anos que seu pai está machucando ela pra me atingir e de repente ela não estuda mais nessa escola a qual ela já está bem ambientada?! Mas mesmo assim mantenho a imagem do pai-herói intacta, falando pra ela que o pai e a avó estão doentes e por isso eles estão fazendo tudo isso, mas que iremos rezar todas as noites pra que eles fiquem bons logo. Preciso preservá-la acima de tudo.
O que dói mais numa mãe é ver sua filha chorar sem poder fazer nada, a não ser esperar a decisão da justiça, que demora.
E, sabe qual foi à atitude que gerou todo esse mal estar?
Trocar o horário de trabalho pra que todas as manhãs eu estivesse com a minha filha coisa que ela mesma me deu a resposta me perguntando por que eu trabalhava e queria que eu trabalhasse no horário que ela vai pra escola. Nesses sete anos nunca trabalhei em horário oposto ao da escola dela e ela sentiu que algo estava errado.
Essa situação (dela ir pra casa do pai pela manhã) só durou um mês no outro estava eu nos braços da minha filha e iniciando essa batalha, pois o pai dela achou que a minha atitude veio prejudicar de alguma forma a sua relação com a nossa filha, relação essa muito contestável, pois quem cuida da pequena quando ela está lá é a mãe dele até a realização das atividades escolares são delegadas a terceiros.
Tudo isso que está acontecendo foi dito quando sofri a chantagem que se ela não fosse mais pra casa dele ele deixaria de pagar tudo inclusive o que é direito dela, a pensão, quando dei a notícia que a pequena deixaria de ir pra lá pelas manhãs porque não precisava mais, agora eu estava trabalhando no horário da tarde. Sendo pressionada e coagida a fazer o que eles queriam alegando inverdades ou a verdade deles.
Eu não pude aceitar como aceitei a chantagem logo após separação que se eu entrasse na justiça eu receberia a pensão num mês e no outro não! Chantagem essa respaldada por seu dirigente maior. Chantagem é assim, você aceita uma vez e fica suscetível a aceitar várias outras. E, ele cumpriu a chantagem feita á quase cinco anos atrás, ao menos foi o que ele divulgou na conciliadora e na escola da pequena quando foi reincidir o contrato com a escola, estou desempregado, no caso ele se demitiu.
O que impressiona nisso tudo é o nível de consciência política da pessoa que está concretizando todos esses atos e a representação que essa pessoa teve e ainda tem. Já foi presidente da UMES – União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas, diretor da UBES - União Brasileira de Estudantes Secundaristas, diretor da UNE – União Nacional dos Estudantes, presidente por vários anos da UJS – União da Juventude Socialista e hoje é um dos dirigentes estadual do Partido Comunista do Brasil.
Mas me parece que nesses anos todos, ele nunca leu o Estatuto da Criança e do Adolescente, a Declaração Universal dos Direitos da Criança, não aprendeu respeitar os direitos das mulheres e nem saiu do seu mundinho fantástico de Bob onde todos baixam a cabeça pras suas decisões.
É crime o que esse cidadão consciente está fazendo e não estou falando da negligência em relação ao não pagamento da pensão, estou falando de coisas mais graves, de violência psicológica e coação que a minha filha sofreu e está sofrendo, sem falar das violências relacionadas à minha pessoa.
Sem mencionar o machismo embutido em toda essa história, porque a forma clássica de justificar a violência contra a mulher é que ela é a culpada por está sendo punida, portanto o autor só machuca porque a mulher pede pra ser machucada. Ou, porque ela contrariou a vontade do ser superior. E me vem à mente onde está a ética nessa pessoa que ocupa um lugar estratégico e político dentro deste partido que defende a Ética, será que guarda alguma noção do que é moral perguntas que não calam dentro de min.
Por isso peço a a vocês, homens e mulheres, que me ajudem pois esse cidadão está usando a minha filha pra mim atingir de maneira vil e desonesta, sei que a partir de agora posso esperar tudo! Por isso peço apoio de vocês na superação de mais esta forma de violência contra as mulheres.
Chega de violência.
Recife, 06 de Abril de 2010
Fabiana Maria da Silva
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