30 de outubro de 2009

Poemas

Ilusões da vida

Quem passou pela vida em branca nuvem
E em plácido repouso adormeceu;
Quem não sentiu o frio da desgraça,
Quem passou pela vida e não sofreu
Foi espectro de homem, não foi homem,
Só passou pela vida, não viveu.

Francisco Octaviano

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"Seja qual for seu sonho, comece.Ousadia tem genialidade, poder e magia."(Goethe)

23 de outubro de 2009

Esta vida

Um sábio me dizia: esta existência,não vale a angústia de viver. A ciência,se fôssemos eternos, num transportede desespero inventaria a morte.Uma célula orgânica aparecendo no infinito do tempo. E vibra e crescee se desdobra e estala num segundo. Homem, eis o que somos neste mundo.
Assim falou-me o sábio e eu comecei a ver dentro da própria morte, o encanto de morrer.
Um monge me dizia: ó mocidade, és relâmpago ao pé da eternidade! Pensa: o tempo anda sempre e não repousa; esta vida não vale grande coisa.Uma mulher que chora, um berço a um canto;o riso, às vezes, quase sempre, um pranto.Depois o mundo, a luta que intimida,quadro círios acesos : eis a vida
Isto me disse o monge e eu continuei a verdentro da própria morte, o encanto de morrer.
Um pobre me dizia: para o pobre a vida, é o pão e o andrajo vil que o cobre. Deus, eu não creio nesta fantasia. Deus me deu fome e sede a cada dia mas nunca me deu pão, nem me deu água. Deu-me a vergonha, a infâmia, a mágoa de andar de porta em porta, esfarrapado. Deu-me esta vida: um pão envenenado.
Assim falou-me o pobre e eu continuei a ver, dentro da própria morte, o encanto de morrer.
Uma mulher me disse: vem comigo!Fecha os olhos e sonha, meu amigo.Sonha um lar, uma doce companheiraque queiras muito e que também te queira. No telhado, um penacho de fumaça. Cortinas muito brancas na vidraça. Um canário que canta na gaiola. Que linda a vida lá por dentro rola!
Pela primeira vez eu comecei a ver, dentro da própria vida, o encanto de viver.

Guilherme de Almeida

16 de outubro de 2009

Sentimento

Estou ficando especilista em homens, isso não quer dizer que estou agarrando todos eles. Quer dizer que os que eu me relaciono sempre tem o dom de me mostrar algo que ainda não tinha observado (um) ou a mesma coisa (os outros).
Mas isso está perto de acabar e eles terão efeito neutro sobre mim. Isso mesmo os homens não me afetarão mais.
Cansei de esperar, acreditar, idelizar e achar que algum deles prestassem, assim tem uns até que prestam mas é ruim do resto, o prestar que falo é bom de sexo (gostoso), inteligente, consciente politicamente, que dança, te ajuda a cuidar da casa, fiel, romantico e ambicioso. Mas esses definitivamente não existem e os outros sempre falta um item de série. É o caos.
Mas como disse no inicio isso acabará.
Cedo.
De fato, cansei de abrir mão de "enis" coisas pra tentar manter um diálogo com esses seres!!!
Dá é bom.
Luiz Fernando Veríssimo que o diga!!!
Mas não é sinonimo de aguentar traição, falta de sexo gostoso ou machismo!!!
Portanto
É o fim...
Definitivamente não vou mudar de orientação sexual...
Vou adaptar o uso masculino.
Sem futuro, sem familia, sem romance. Sei que as romanticas irão me detonar.
O que eu posso fazer se eu não achei um todo, só pela metade eu não quero e se essa metade é aquela que te deixa numa sexta-feira escrevendo mensagem em seu blog, enquanto isso... Já viu né???? Pois é isso de fato não me interessa.
Serão doses que não viciam e nem dias marcados ou sonhos construídos.

15 de outubro de 2009

Dar não é fazer amor

Dar não é fazer amor. Dar é dar.
Fazer amor é lindo, é sublime, encantador, é esplêndido.
Mas dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca...
Te chama de nomes que eu não escreveria...
Não te vira com delicadeza...
Não sente vergonha de ritmos animais.
Dar é bom.
Melhor do que dar, é só dar por dar.
Dar sem querer casar...
Sem querer apresentar para mãe...
Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.
Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral...
Te amolece o gingado...
Te molha o instinto.
Dar porque a vida é estressante e dar relaxa.
Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois
de amanhã. Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito.
Dar sem ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora. Durante um mês. Para os mais desavisados, talvez anos.
Mas dar é dar demais e ficar vazio.
Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter alguém para querer casar, para apresentar para mãe, para dar o primeiro abraço de Ano Novo e para falar:
“Que que ce acha amor?”.
É não ter companhia garantida para viajar.
É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia.
Dar é não querer dormir encaixadinho...
É não ter alguém para ouvir seus dengos...
Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.
Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor.
Esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar.
Experimente ser amado...

Luiz Fernando Veríssimo